Blog do Prof Nescau

quinta-feira, 19 de julho de 2012

BLOQUEADORES DE CORTISOL


Por: Nutricionista Débora Mocelin CRN 1466
Especialista em Nutrição Esportiva (UGF-RJ)
Especialista em Fitoterapia Aplicada à Nutrição Funcional (UNICSUL)
Consultório: (41)3024-1015 – 9904-1258
E-mail: debora.mocelin@gfassessoriaesportiva.com.br 

O cortisol é um hormônio corticosteróide produzido pela glândula supra-renal e está envolvido nas seguintes atividades: metabolismo glicídico, regulação da pressão arterial, resposta inflamatória, sistema imunológico, entre outras.
Normalmente, os níveis de cortisol encontram-se mais elevados no período da manhã, em relação ao período noturno. Diversos estudos apontam o estresse como principal fator para a liberação do hormônio na corrente sanguínea, o que lhe foi denominado “hormônio do estresse”. A maior liberação de cortisol pode levar a perda de controle, depressão e, principalmente, distresse (estresse negativo). O cortisol, também tem sido bastante utilizado como medida fisiológica em estudos sobre estresse no esporte relacionado com a carga de treinamento e trabalho.
A grande problemática atual é que o estresse é uma constante na vida de muitas pessoas, gerando o estresse crônico e mantendo os níveis séricos do hormônio sempre elevados. Isto tem sido apresentado como fator para efeitos negativos no organismo, tais como: Dificuldade no desempenho cognitivo, ineficiência da tireóide, redução na liberação de insulina (hiperglicemia), diminuição da densidade óssea (osteoporose) e do tecido muscular, acúmulo de gordura, diminuição da resposta inflamatória, hepercolesterolemia, entre outros. Além de que, altas concentrações de cortisol são catabólicas.
A nutrição exerce efeito primordial no controle dos níveis de cortisol, quer seja pelo adequado suprimento de nutrientes ou pela influência sobre a liberação de hormônios regulatórios da liberação hormonal.

Vitamina C: Peter et. al avaliaram o consumo de vitamina C + matodextrina em  29 participantes de ultramaratona  e verificaram redução nos níveis de cortisol de 1200 mmol/l para 800 mmol/l. (7) Outro estudo avaliou os efeitos da vitamina C no cortisol e na taxa testosterona/cortisol e mostrou que atletas amadores que tomaram vitamina C diariamente melhoraram a taxa testosterona/cortisol em 20%. Esse tipo de queda nos níveis de cortisol pode levar a um aumento na hipertrofia muscular e melhorar a recuperação após os treinamentos. Além disso, a vitamina C ajuda a sintetizar colágeno no organismo.

Glutamina: Estudos demonstraram que a glutamina evita diretamente a degradação muscular provocada pelo cortisol. (9) Alguns dos efeitos positivos gerados incluem o aumento na síntese de proteínas, aumento nos níveis de GH (que pode contra-atacar os efeitos catabólicos do cortisol), efeitos de aumento de volume das células (que pode criar um ambiente anabólico nas células musculares) e determinar parcialmente a taxa de renovação de proteínas nos músculos.

L-Theanina: Encontrada nas folhas da Camellia sinensis possui ação  relacionada ao aumento da criatividade, aumento de capacidade de aprendizado, concentração e redução da ansiedade. No cérebro, a L-theanina aumenta a produção de serotonina e dopamina e aumenta as ondas alfa cerebrais, que têm a atividade de promover o relaxamento. (8)

A exposição ao sol das folhas de Camellia sinensis converte a theanina a polifenóis. Para preservar o seu conteúdo e o sabor característicos muitos produtores cultivam suas plantas longe da exposição direta ao sol.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1.    EBRECHT M; HEXTALL J; KIRTLEY L.G; TAYLOR A; DYSON M.; WEINMAN J. Perceived stress and cortisol levels predict speed of wound healing in health male adults. Psychoneuroendocrinology v. 29, n.6, p. 798 – 809. July 2004.
2.    FILHO M. G. B; RIBEIRO L.CS; MIRANDA R; TEIXEIRA M.T. A redução dos níveis de cortisol sanguíneo através da técnica de relaxamento progressivo em nadadores, Rev. Bras. Med. Esporte vol 8 nº4 Niterói July/ Aug. 2002
3.    VIEIRA J.G.H. et al. Desenvolvimento e caracterização de método para a dosagem de cortisol livre urinário. Arq. Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 44, nº 3 2000.
4.     RASK E. et al. Tissue-Specific Dysregulation of Cortisol Metabolism in Human Obesity. The Journal of clinical endocrinology & metabolism Vol. 86, nº 3, pafs 1418-1421, 2001.
5.    KRONFOL Z, HOUSE J.D. Depression, cortisol, and immune function. Lancet. 1(8384) : 1026-1027, nay, 1984.
6.    LUBY J. L. et al. Alterations in stress cortisol reactivity em depressed preschoolers relative to psychiatric and no-disorder comparison groups. Arch Gen. Psychiatry. N 60: págs. 1248-1255, 2003.
7.    PETERS et. al Vitamin c suppementation attenuates the increases in circulating cortisol, adrenaline and anti-inflammatoru polypeptides following ultramarathon running. International Journal of Sports  Medicine. 22: 537-543, 2001
8.    SEELY, D. ; SINGH, R. Adaptogenic potential of polyherbal natural health product: reporto n a longitudinal clinical trial. Evid Based Complement Alternat Med 4 (3): 375 – 380, 2007.
9.  HIDSON, et. al. Glutamine prevents down regulation of myosin heavy chain synthesis and muscle atrophy from glucocorticoids. Am. J Physiol. 268, 1995 E 730-E734.

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